Bancada de sustentação toma as dores do prefeito de Sapé no caso ocorrido em um shopping da capital e atacam com discursos machistas, misóginos e violentos contra as mulheres em pleno ‘Agosto Lilás’
Uma verdadeira sessão de horrores aconteceu na última quinta-feira (17) na Câmara Municipal de Sapé durante a discussão de um voto de repúdio para Maria Teresa Carneiro Gonzaga dos Santos pelo ato ocorrido contra o prefeito de Sapé em um shopping da Capital. O voto de repúdio foi proposto pelo vereador Marcone Mãozinha que exagerou na dose e proferiu termos de baixo calão, agressões verbais e instigou a violência contra as mulheres com um discurso machista, misógino e incondizente com a atuação parlamentar.
Tudo teve início no último domingo (13), Dia dos Pais, quando Teresa Carneiro, esposa do ex-prefeito de Sapé, Jose Feliciano Filho, chamou o prefeito de Sapé, Sidnei Paiva de Freitas (PSB), de “ladrão” em um vídeo que viralizou nas redes sociais, o que lhe rendeu agressões físicas por pessoas próximas ao prefeito que chegaram as vias de fato dentro de uma loja do shopping. Logo após o constrangimento, Sidnei Paiva registrou queixa formal da delegacia de polícia e gravou vídeo lamentando o ocorrido.
Tomando as dores do prefeito, o vereador Jose Agamenon Gomes de Brito (PL), conhecido popularmente como Marcone Mãozinha, apresentou um voto de repúdio pela atitude de Teresa Carneiro, contudo, o que seria uma manifestação legítima por um ato desrespeitoso contra o prefeito, se transformou e uma sessão repleta de discursos misóginos, machistas, preconceituosos e desrespeitosos, protagonizados pelo próprio autor da matéria, que usou palavras de baixo calão incitando a violência contra a mulher.
Se não fosse o bastante, o discurso agressivo e rasteiro de Marcone Mãozinha, o vereador Ricardo Miguel de Lima (Podemos), conhecido como Ricardo Motos, além de concordar com o discurso do colega de bancada, também deixou registrado seus posicionamentos violentos e machistas. Já o vereador Wilson Cavalcante (PSDB) chegou a ser hostilizado por dizer que votaria contrário a qualquer voto de repúdio que fosse apresentado naquela Casa Legislativa.
A falta de decoro parlamentar nos discursos inflamados foi acompanhada pelos demais vereadores da bancada de sustentação do prefeito que, além de aprovar o voto de repúdio, subscreveram à propositura sem que fizessem qualquer fala contrária aos termos machistas e violentos proferidos na tribuna.
A mesa diretoria também não se manifestou sobre a falta de decoro parlamentar e, em nenhum momento, advertiu ou interrompeu as falas preconceituosas dos vereadores, num ato de conivência com a instigação à violência, desnecessária para a discussão do voto de repúdio. Decoro parlamentar é a comportamento moral e exemplar que é esperado dos representantes políticos eleitos. Um parlamentar deve ter uma conduta digna, agir com princípios éticos e de acordo com a moralidade.
Apesar de vídeos nas redes sociais do vereador Davyd Matias de Souza (Podemos) defendendo a campanha do Agosto Lilás e de, o próprio presidente da casa, Arquimedes Natércio Santos de Freitas (PP), ter feito uma declaração de apoio à campanha, o que se viu na verdade foi uma grande demonstração de conivência e desrespeito à mulher no plenário da Câmara Municipal de Sapé.
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O ‘Agosto Lilás’ é uma campanha de enfrentamento à violência contra a mulher, que surgiu com o objetivo de divulgar a Lei Maria da Penha, que faz aniversário exatamente no mesmo mês de agosto. Dentre outros, a campanha visa combater a misoginia (ódio às mulheres), o machismo (ideia de superioridade dos homens) e o sexismo (quando uma pessoa acredita que existem “funções” que são destinadas apenas a um ou outro gênero sexual).
No link abaixo assista à sessão completa na página oficial do Facebook da Câmara Municipal de Sapé.
