CÂMARA DE LAGOA DE DENTRO DECRETA RECESSO DURANTE O PERÍODO ELEITORAL, GERANDO POLÊMICA

Cidades Eleição 2024

A Câmara Municipal de Lagoa de Dentro virou foco de críticas após a decretação de um “recesso legislativo” em pleno período eleitoral. No dia 14 de agosto de 2024, a mesa diretora, composta pelos vereadores Francisco (Presidente), Pedro Júnior (1º Secretário) e Ronele (2º Secretário), assinou o documento que suspende as atividades parlamentares entre os dias 20 de agosto e 04 de outubro de 2024.

O decreto, que afeta diretamente a atuação da Câmara durante quase dois meses, foi comunicado aos demais vereadores. Vale destacar que Pedro Júnior é candidato a vice-prefeito pelo grupo de situação, enquanto Ronele concorre à reeleição como vereador. A decisão trouxe à tona um debate intenso sobre a transparência e a legalidade da medida.

A justificativa apresentada no documento faz referência à necessidade de conformidade com a Lei Eleitoral nº 9.504/1997. Segundo o texto, o recesso é uma forma de evitar o uso inadequado de recursos públicos e a promoção indevida de candidatos durante o período eleitoral. No entanto, a medida foi recebida com descontentamento pela oposição.

A decisão causou indignação nos parlamentares oposicionistas, que acusam a mesa diretora de tentar silenciá-los em um momento crucial para a cidade. Eles alegam que a suspensão das atividades impede o uso da tribuna para denunciar irregularidades e defender os interesses da população. Segundo os vereadores de oposição, o recesso foi uma manobra para favorecer o grupo político situacionista, que conta com apenas quatro dos nove parlamentares na Câmara.

Além disso, o fato de o presidente da Câmara, Francisco, ser cunhado do atual prefeito Zezinho da Rapadura, candidato à reeleição, intensificou as críticas. A oposição argumenta que o recesso é uma forma de proteger a candidatura de Zezinho, bloqueando o espaço para debates e denúncias durante a campanha eleitoral.

Outro ponto levantado pelos críticos é o custo do recesso para os cofres públicos. Com quase seis meses de suspensão de atividades no ano de 2024, a Câmara de Lagoa de Dentro se destaca negativamente como uma das que menos trabalhou no país, gerando revolta entre os cidadãos que pagam seus impostos.

Diante da gravidade da situação, os vereadores da oposição levaram o caso ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado. Eles apontam para a flagrante ilegalidade e arbitrariedade da medida, especialmente em um período em que o trabalho legislativo deveria se intensificar para garantir a fiscalização e o acompanhamento das ações do poder executivo.

A decisão da Câmara tem potencial para repercutir diretamente no cenário eleitoral de Lagoa de Dentro. Com o grupo de situação sob forte crítica, a atitude pode prejudicar ainda mais a imagem do atual prefeito e de seus aliados. Por outro lado, a oposição tenta capitalizar em cima do episódio, apresentando-se como a verdadeira defensora dos interesses do povo e denunciando o que consideram uma tentativa de “calar a voz” dos vereadores eleitos pelo povo.

A cidade aguarda agora os desdobramentos judiciais e políticos desse episódio, que promete esquentar ainda mais a já acirrada disputa eleitoral local.

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