O que deveria ser uma exibição de prestígio político transformou-se em um episódio de frustração para a comitiva de deputados brasileiros que viajou aos Estados Unidos para “participar” da posse de Donald Trump nesta segunda-feira (20). Entre os parlamentares estava o paraibano Cabo Gilberto (PL-PB), que, junto a outros colegas, teve de acompanhar o evento pela TV em uma sala de convenções de hotel devido às baixas temperaturas, que levaram ao deslocamento da cerimônia para uma área interna do Capitólio, com acesso limitado a convidados de alto escalão.
Nas redes sociais, os deputados declararam que estavam “indo participar da posse”, mas na prática a única participação foi como espectadores remotos. Além de Cabo Gilberto, a comitiva incluía Bia Kicis (PL-DF), Carla Zambelli (PL-SP), Jorge Seif (PL-SC) e Maurício Marcon (Podemos-RS). Enquanto líderes internacionais, como o presidente argentino Javier Milei, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni e bilionários como Elon Musk e Mark Zuckerberg, ocupavam a Rotunda do Capitólio, os parlamentares brasileiros acompanharam a cerimônia em um telão no hotel, ao lado de outros apoiadores de Trump.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também esteve nos EUA para representar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que não pôde comparecer devido à retenção de seu passaporte pela Justiça. Bolsonaro chegou a afirmar que Michelle teria um “tratamento especial” devido à proximidade com Trump, mas até o momento não há registros dela no evento oficial. Michelle também não esteve presente com a comitiva no hotel, e seu paradeiro durante a cerimônia permanece incerto.
A expectativa de prestígio político foi ofuscada pela realidade da exclusão. A presença dos parlamentares brasileiros passou despercebida entre os grandes nomes internacionais que lotaram o Capitólio. As redes sociais, que antes eram usadas para glamourizar a viagem, acabaram evidenciando a frustração. Fotos e vídeos do grupo assistindo à posse em uma sala de hotel geraram críticas e memes na internet, aumentando o constrangimento.
Mesmo tentando aproveitar a viagem, os deputados brasileiros tiveram pouco protagonismo. O momento mais próximo de destaque foi um encontro com Steve Bannon, ex-assessor de Trump, conhecido por sua influência na extrema-direita global. Ainda assim, a reunião não conseguiu elevar o status da viagem, que terminou longe dos holofotes do Capitólio.
Nas redes sociais, internautas ironizaram a situação, apontando a distância entre o discurso de “participação na posse” e a realidade de acompanhar o evento como meros espectadores. A experiência serviu como um contraste entre o desejo de proximidade política com Trump e a barreira prática e simbólica que os afastou do prestígio do evento.