Alexandre de Moraes aproveitou que Cristiano Zanin levantou a bola para dar um recado às defesas de Jair Bolsonaro e mais sete acusados — agora, réus — por tentativa de golpe.
Os advogados questionaram a exibição, durante o julgamento, de um vídeo com imagens dos ataques golpistas do 8 de janeiro. Isso porque a gravação não consta nos autos, conforme publicou a colunista Bela Megale.
Já no fim da sessão, Zanin voltou a citar os vídeos apresentados por Moraes, que interrompeu o presidente da 1ª Turma para rebater a reclamação evocada pelas defesas, sem menção aos advogados.
— Já tem gente dizendo que isso não está nos autos e tal. Da mesma forma que eu poderia no meu voto descrever isso por escrito, poderia colocar áudio ou poderia colocar vídeo, porque tanto o Código de Processo Penal como o Código de Processo Civil permitem fatos notórios e públicos que o juiz utilize. Todos esses fatos são públicos e notórios.
Moraes atribuiu a reclamação à “mílicia digital”. Mas àquela altura já era de conhecimento o questionamento dos advogados, para os quais o ministro deixou um recado latente ao finalizar sua fala.
— É de uma falta de seriedade essa mílicia digital, que já começou de novo. Ontem começou no julgamento, e hoje de novo. […] Sei que pessoas sérias e profissionais sérios vão ignorar isso porque já leram o código.
O Globo
