DO VENENO À RETRATAÇÃO: Vereador da Extrema-Direita Chama Servidores de “Câncer” e Depois Tenta Curar com Desculpas

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GUARABIRA (PB) — Um episódio lamentável e revoltante marcou os corredores da Câmara Municipal de Guarabira na semana passada. O vereador Gerson Farias, mais conhecido como Gerson do Gesso (PL), protagonizou um momento de profundo desrespeito ao serviço público ao declarar, sem rodeios, que “os funcionários públicos são um câncer deste país”. A fala foi proferida durante sessão legislativa e repercutiu de maneira devastadora nas redes sociais, provocando uma onda de indignação, repúdio e cobranças por medidas legais e políticas contra o parlamentar.

Alinhado ideologicamente à extrema-direita e seguidor fiel do deputado federal Cabo Gilberto, Gerson deu voz ao tipo mais raso e irresponsável do populismo tóxico: o que demoniza categorias inteiras de trabalhadores, jogando a sociedade contra quem, de fato, sustenta os serviços públicos — professores, enfermeiros, policiais, agentes administrativos, entre tantos outros.

A frase “câncer do país” não foi apenas infeliz: foi cruel, agressiva e vergonhosa. Representa uma visão deturpada e perigosa, que tenta colocar nos ombros dos servidores públicos a culpa por problemas estruturais que, na verdade, são fruto de má gestão, corrupção e falta de políticas públicas consistentes — justamente responsabilidades de quem ocupa cargos eletivos, como o próprio Gerson.

Retratação sem alma, desculpa sem arrependimento

Diante da enxurrada de críticas, moções de repúdio e manifestações nas redes sociais, o vereador, acuado, tentou apagar o incêndio com gasolina fria. Em nota, classificou sua fala como “infeliz” e reconheceu que os servidores “são fundamentais para o funcionamento do país”. No entanto, o estrago já estava feito — e a tentativa de “recuo estratégico” não convenceu ninguém.

Para muitos, o pedido de desculpas foi protocolar, forçado e pouco sincero. “Retratação forçada não apaga o preconceito de quem vê o serviço público como inimigo”, disse um dirigente sindical da região, visivelmente revoltado. “É inadmissível que um vereador, cuja função é justamente servir ao povo e zelar pela dignidade do funcionalismo, demonstre tamanha hostilidade contra quem trabalha pelo bem comum.”

O silêncio cúmplice e o perigo da banalização

O episódio escancara mais uma vez os efeitos nocivos da retórica do ódio promovida por figuras da política extrema, que se utilizam de cargos públicos para atacar instituições e categorias, com o objetivo de agradar a determinadas bolhas ideológicas.

VÍDEO: O discurso de ódio da extrema-direita guarabirense

ASSISTA AQUI: Vídeo mostra o momento exato em que Gerson do Gesso chama servidores públicos de “câncer do país”.

As imagens falam por si. O tom, a escolha das palavras e a postura do vereador deixam claro que não se tratou de um deslize, mas de uma convicção expressa em voz alta. E, por isso mesmo, exige respostas à altura: investigação do Ministério Público, posicionamento do Conselho de Ética da Câmara, e o clamor popular por responsabilização.

Um recado em nome da dignidade

Esta matéria é escrita com indignação, mas também com responsabilidade. Não se trata de intolerância política, mas de defesa do que é básico numa democracia: respeito ao outro, às instituições e ao funcionalismo público. Que fique o alerta: palavras têm peso, e quem ocupa um cargo de vereador não está numa tribuna para vomitar ódio — mas para representar com ética e decência cada cidadão guarabirense.

A sociedade de Guarabira merece mais. E os servidores públicos, respeito.

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