Análise: A influência do atual secretário de Administração da Paraíba desperta questionamentos sobre os reais alicerces de sua força política no estado.
João Pessoa (PB) – Nos bastidores da política paraibana, uma pergunta vem ganhando espaço, especialmente entre lideranças e observadores atentos do cenário estadual: qual seria a real dimensão da influência política de Tibério Limeira caso ele não ocupasse a Secretaria de Administração do Governo da Paraíba?
Não se trata de desmerecer a trajetória de Tibério, que construiu sua carreira política com base na militância estudantil e no serviço público, e que atualmente exerce uma das funções mais estratégicas da administração estadual. Mas sim de avaliar, sob uma ótica legítima e analítica, o quanto a estrutura institucional do cargo tem contribuído para a consolidação de sua presença política em diversas bases do interior do estado.
Nos últimos anos, o nome de Tibério vem sendo ventilado como possível herdeiro político dentro do grupo governista, sendo citado, inclusive, em discussões sobre a sucessão do governador João Azevêdo. Sua crescente rede de apoios tem chamado atenção — e, com ela, surgem dúvidas naturais: será que essa capilaridade se manteria caso ele não estivesse à frente de uma das secretarias mais influentes da gestão estadual?
A Secretaria de Administração, por natureza, concentra decisões e articulações que atravessam diversas áreas do governo. É comum, portanto, que quem a ocupa se torne um ponto de convergência para parlamentares, prefeitos, lideranças regionais e até mesmo empresários interessados em agendas institucionais. Mas onde termina o prestígio do cargo e começa o capital político pessoal?
Esse tipo de questionamento é próprio da democracia e necessário para o amadurecimento político de qualquer estado. Aliás, políticos experientes já disseram: o poder testa a verdadeira liderança. E é justamente nesse ponto que reside a reflexão: sem os mecanismos e a estrutura que o cargo oferece, Tibério teria a mesma facilidade de formar alianças, de chegar aos gabinetes, de receber apoios espontâneos?
A história recente da política paraibana mostra que muitos nomes, ao deixarem funções de comando em governos, viram suas redes de apoio se esvaziarem. Outros, no entanto, comprovaram que a força do nome é maior do que a função ocupada. O futuro dirá a qual desses dois caminhos Tibério pertence.
Por ora, o que se vê é que a presença de Tibério Limeira no xadrez político estadual cresce em ritmo acelerado, mas também levanta questionamentos legítimos sobre a sustentação real dessa força. Nada mais natural em uma democracia do que se perguntar: o poder está na pessoa ou no cargo?