Nesta segunda-feira (30), o prefeito de Alagoa Grande, Neto Carneiro, participou de uma audiência com a promotora de Justiça Dra. Rebecca Brás para tratar da situação crítica envolvendo a obra do Mercado Público municipal — uma das mais polêmicas da cidade nos últimos anos.
O projeto, iniciado na gestão anterior, tornou-se um dos maiores desafios da atual administração. A Prefeitura foi notificada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), que solicitou esclarecimentos sobre a aplicação de recursos federais e municipais durante a execução da obra.
Segundo o prefeito, foi instaurado um processo administrativo contra a empresa responsável pela construção, que não apresentou informações técnicas suficientes para garantir a segurança da estrutura. Um laudo elaborado pelo engenheiro civil Sandro Cabral — especialista em estruturas metálicas, com mestrado em Hong Kong — apontou sérias falhas no projeto, especialmente na estrutura metálica, o que pode representar risco à população.
Além dos problemas estruturais, há indícios de irregularidades nos investimentos financeiros. O valor inicial da obra era pouco superior a R$ 6 milhões, mas houve um acréscimo de cerca de R$ 2 milhões. Mesmo com esse investimento, a atual gestão já precisou desembolsar mais de R$ 100 mil em tentativas de remediar falhas herdadas, como a contratação de laudos técnicos, a readequação das instalações elétricas, reforços na estrutura metálica e até a reconstrução do calçamento da rua lateral, que foi deixado praticamente destruído.
Essas intervenções, segundo a Prefeitura, deveriam ter sido previstas e executadas antes mesmo do primeiro processo licitatório.
Diante do cenário, a gestão municipal tem até o dia 31 de dezembro para concluir a parte principal da obra, comprometendo-se a investir quase R$ 2 milhões em recursos próprios para finalizar os reparos e entregá-la à população.
Paralelamente, o Ministério Público continua apurando possíveis atos de má gestão, superfaturamento e negligência na aplicação de recursos públicos, com base nos indícios levantados até o momento.
Da redação com assessoria