O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos), poderá, a qualquer momento, autorizar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a situação do Hospital Padre Zé.
A iniciativa seria uma resposta política ao governador João Azevêdo (PSB) e tem como objetivo contribuir com as investigações já conduzidas pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) sobre supostos desvios de recursos no período em que a instituição foi administrada pelo padre Egídio de Carvalho.
De acordo com informações divulgadas pelo MP, o caso envolve um montante que pode chegar a R$ 140 milhões. O Hospital Padre Zé é uma entidade filantrópica que, ao longo dos anos, recebeu verbas públicas, inclusive provenientes de emendas parlamentares, para manutenção e compra de insumos.
Nova denúncia do Gaeco
Uma nova denúncia apresentada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do MPPB, envolvendo os secretários estaduais Pollyanna Dutra (Desenvolvimento Humano) e Tibério Limeira (Administração), além de outras 14 pessoas.
Segundo o documento encaminhado à Justiça, o órgão ministerial aponta a existência de um suposto esquema de pagamento de vantagens indevidas, descritas como “devoluções”, por parte de empresas fornecedoras de produtos e serviços. Essas empresas teriam sido contratadas tanto para o abastecimento do Hospital Padre Zé quanto para o fornecimento de refeições ao programa social “Prato Cheio”, do Governo do Estado.
O Gaeco afirma que as apurações fazem parte de um conjunto de investigações mais amplo, que busca identificar a extensão e os responsáveis por eventuais práticas ilícitas.
Posicionamento dos citados
Todos os denunciados negam participação em qualquer esquema ilícito e afirmam que irão apresentar defesa no decorrer do processo judicial. A assessoria dos secretários estaduais mencionados reiterou confiança no esclarecimento dos fatos e reforçou que todas as ações foram realizadas dentro da legalidade.
Próximos passos
Caso a CPI seja efetivamente instalada, a Assembleia Legislativa poderá convocar autoridades, requisitar documentos e realizar oitivas para contribuir com o trabalho do Ministério Público e demais órgãos de controle.
A possibilidade de abertura da comissão, segundo aliados de Galdino, será avaliada nos próximos dias, considerando o impacto político e institucional do caso.
O portal NewsPB seguirá acompanhando todos os desdobramentos e dará espaço para as versões e manifestações das partes envolvidas, mantendo o compromisso com a informação de interesse público e o respeito à presunção de inocência.