A situação da deputada federal Carla Zambelli no sistema judiciário brasileiro e suas ramificações na Itália têm gerado grande repercussão. Conhecida por suas posições políticas conservadoras, Zambelli enfrenta uma série de acusações que vão desde porte ilegal de arma até envolvimento em crimes cibernéticos, incluindo a invasão dos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
No dia 25 de junho, o STF (Supremo Tribunal Federal) alcançou maioria para condenar Zambelli por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo. A pena pode ultrapassar cinco anos de prisão, além de acarretar a perda de seu mandato como deputada federal. O julgamento ainda não foi finalizado, o que significa que a condenação não será imediata.
Os problemas de saúde de Carla Zambelli também têm sido um ponto crucial em sua defesa. Seus advogados argumentam que seus problemas cardíacos e histórico de remoção de um tumor cerebral são razões para evitar uma pena de prisão tradicional. Esse argumento é central em seu pedido à Justiça italiana para uma perícia médica independente, buscando um regime de prisão domiciliar.
Invasão ao CNJ e outras acusações
Zambelli também foi condenada em um caso de grande repercussão envolvendo a invasão dos sistemas do CNJ. A acusação é de que ela teria inserido um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, numa tentativa de desacreditar a Justiça brasileira e incitar atos antidemocráticos. A Primeira Turma do STF decretou uma pena de 10 anos em regime fechado neste caso, resultante de uma colaboração com o hacker Walter Delgatti Neto. Além da pena de prisão, Zambelli também foi considerada inelegível e pode perder o mandato parlamentar. Delgatti, por sua vez, foi sentenciado a 8 anos de prisão e terá que pagar uma indenização por danos morais e coletivos.
Extradição e implicações futuras
Caso a extradição de Carla Zambelli seja aprovada, ela deverá cumprir a pena de 10 anos já imposta no Brasil, além de outras possíveis penas caso novas condenações sejam confirmadas. Zambelli já foi incluída na lista de difusão vermelha da Interpol, o que permite sua prisão internacional. Atualmente, ela está na Itália, buscando evitar o que chama de “penas exorbitantes” do sistema judicial brasileiro sob o governo atual.
Enquanto aguarda decisões cruciais sobre seu futuro, as movimentações judiciais de Zambelli continuam a ser monitoradas, demonstrando como questões de saúde, desafios legais internacionais e implicações políticas se entrelaçam em um cenário complexo. Essa dinâmica não só afeta o destino pessoal da deputada, mas também pode ter implicações significativas no cenário político do Brasil.