Um relatório da Polícia Federal (PF) revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mantinha contato direto com pelo menos sete políticos da Paraíba por meio de listas de transmissão no WhatsApp. O documento integra o inquérito que apura possível descumprimento de medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi divulgada inicialmente pelo Jornal da Paraíba.
De acordo com a investigação, a apreensão do celular de Bolsonaro identificou quatro listas de transmissão, somando quase 400 contatos. O ex-presidente usava os grupos para enviar convocações a atos políticos, links de transmissões ao vivo e vídeos de manifestações.
Entre os nomes paraibanos citados aparecem o ex-ministro da Saúde e pré-candidato ao Senado, Marcelo Queiroga (PL), seu filho Queiroguinha, os deputados federais Cabo Gilberto (PL) e Wellington Roberto (PL), o deputado estadual Wallber Virgolino (PL), o comunicador Nilvan Ferreira (Republicanos) e o vereador pessoense Carlão Pelo Bem (PL).
A ausência que mais chama atenção é a do pastor Sérgio Queiroz (Novo), ex-secretário nacional do Desenvolvimento Social durante a gestão Bolsonaro. Ligado ao bolsonarismo e cotado para disputar o Senado em 2026, ele não aparece entre os contatos do ex-presidente.
A proximidade das lideranças paraibanas reforça a força do PL e da base bolsonarista no estado, de olho nas eleições de 2026.
O ministro Alexandre de Moraes deu prazo de 48 horas para que a defesa de Bolsonaro explique o uso do WhatsApp. Caso considere que houve descumprimento da decisão que proíbe o ex-presidente de utilizar redes sociais, Moraes pode decretar prisão preventiva.
A defesa de Bolsonaro argumenta que o aplicativo é um serviço de mensagens, não uma rede social, e nega infração às medidas cautelares. Aliados políticos reagiram ao caso. Marcelo Queiroga classificou a investigação como “bullying” e “injustiça” e reforçou apoio ao ex-presidente:
— Iremos com ele até o fim.