A realidade vivida pelos moradores de Cuitegi tem sido marcada por falta de assistência na saúde, precariedade no transporte, dificuldades na educação e ausência de investimentos em serviços básicos. Apesar disso, a gestão do prefeito Guilherminho Madruga e de sua esposa, Izis Madruga, apelidada por populares de “primeira-ministra” pela forte influência que exerce nas decisões administrativas, segue em direção oposta às necessidades mais urgentes da população.
Levantamento feito a partir de documentos oficiais revela que, em 2025, a Prefeitura destinou valores milionários para a contratação de artistas, bandas e estruturas de shows. Só na Festa de Santos Reis, em janeiro, foram empenhados recursos que ultrapassam meio milhão de reais: R$ 280 mil para a banda Seu Desejo, R$ 95 mil para Aduílio Mendes, outros R$ 95 mil para Kátia Cilene, além de *R$ 60 mil para Ranniery Gomes e *R$ 45 mil para Altemar Dutra Júnior.
A mesma lógica se repetiu na Festa de Santana, em agosto, quando artistas como a Banda Magníficos receberam R$ 200 mil, enquanto Santana, o Cantador teve contrato de R$ 140 mil. Outros nomes, como Duquinha e Fogo na Roupa, também figuraram entre os mais de R$ 40 mil cada, revelando uma preferência clara da administração por gastar alto com shows, em detrimento das carências da cidade.
Enquanto os cofres públicos são utilizados dessa forma, a população denuncia perseguições políticas, falta de medicamentos nos postos de saúde, transporte escolar irregular e escolas sem estrutura mínima. Muitos cidadãos enxergam nas redes sociais um espaço de desabafo, criticando abertamente a forma como os recursos têm sido aplicados.
O contraste entre a ostentação de festas e a falta de políticas públicas efetivas gera uma sensação de abandono em Cuitegi. O discurso de progresso e modernização da gestão não encontra respaldo na vida real da população, que se sente esquecida e desrespeitada diante de uma administração que prioriza holofotes e palcos em vez de serviços essenciais.
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