Fantástico: ex-esposa acusa Ney Suassuna de falsificar documentos em disputa milionária de bens

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Na noite desse domingo (19), uma denúncia de falsificação de documentos envolvendo o ex-senador paraibano Ney Suassuna reacendeu o debate sobre a vulnerabilidade dos sistemas cartoriais no Brasil. Em reportagem do Fantástico, a empresária Raquel Otila, ex-esposa de Suassuna, afirma que cinco documentos, sendo quatro procurações e um contrato, foram forjados em seu nome enquanto ela residia em Portugal, entre maio de 2020 e novembro de 2021.

Raquel apresentou à Polícia Civil um documento da Polícia Federal que comprova sua ausência do país nas datas em que as assinaturas teriam sido registradas.

“É mais do que traição. É se sentir usado, se sentir manipulado. É uma sensação horrível de impotência mesmo”, declarou ao Fantástico. Os documentos estariam relacionados à partilha de bens após o fim do casamento de 16 anos com o ex-senador.

Na semana passada, o Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou Ney Suassuna e uma funcionária de cartório por falsificação de documento público. No entanto, a Justiça rejeitou a denúncia por falta de provas. O MP ainda pode recorrer da decisão. Suassuna, por sua vez, negou qualquer envolvimento com a falsificação e afirmou que pretende processar Raquel por denunciação caluniosa.

O caso Suassuna é apenas um entre vários escândalos revelados na reportagem do Fantástico, que expôs um esquema de fraudes em cartórios cariocas. Entre os episódios, estão a venda ilegal de uma sepultura com uso de procuração falsa, o reconhecimento de firma de um bicheiro morto e o desvio de um precatório de uma idosa de 82 anos.

A Corregedoria-Geral da Justiça do Rio de Janeiro abriu processo disciplinar contra a tabeliã Fernanda Leitão, responsável pelo 15º Ofício de Notas, onde parte dos documentos suspeitos foi registrada. A corregedoria também anunciou novas regras para reforçar a segurança dos atos notariais, como a obrigatoriedade de fotos ou coleta de impressão digital na abertura de firma e gravação em vídeo de atos como procurações e testamentos.

Especialistas alertam que, apesar dos avanços tecnológicos, a falha humana e a ação criminosa continuam sendo os principais riscos.

Para Raquel Otila e outras vítimas, o encerramento dos casos ainda parece distante.

“Tudo isso está na Justiça, está sendo investigado. E eu espero que a verdade apareça, só isso”, disse a empresária.

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