Advogado investigado faz aquisição milionária em Areia e levanta suspeitas de lavagem de dinheiro

A recente aquisição de um complexo industrial de cachaça por R$ 3,5 milhões no município de Areia, Paraíba, por um dos sócios da Destilaria Dom Marcos LTDA, o advogado Hilton Souto Maior Neto, pode se tornar objeto de interesse das autoridades de investigação. A transação de alto valor ocorre em um momento em que o empresário e advogado figura como investigado em operações policiais de grande repercussão, levantando hipóteses de que o investimento poderia ter sido utilizado para a dissimulação de ativos, uma prática tipificada como lavagem de dinheiro.

O foco das autoridades

O empresário Hilton Souto Maior Neto teria sido publicamente identificado como uma peça central em esquemas investigados pelas autoridades. Reportagens publicadas pela imprensa o citaram como “um dos investigados em nova fase” da Operação Contra Fraudes do INSS. No âmbito dessa investigação, ele teria sido apontado como o “articulador central” e “intermediário” em um esquema que envolveria advogados e um juiz. O investigado também teria feito uso de “laranjas” e uma “associação de fachada (ACAP)” para operacionalizar as ações ilícitas.

Denúncia do GAECO tem como alvos, além do advogado Hilton Souto Maior Neto, o juiz afastado da comarca de Gurinhém, Glauco Coutinho, Henrique Souto Maior Muniz de Albuquerque e Luís Henrique de Amorim Santos, assim como o empresário Armando Palhares Silva Júnior, sócio de Hilton Souto Maior Neto na Destilaria Dom Marcos LTDA.

Suspeitas

A aquisição do engenho, um ativo de alto valor com potencial de geração de receita e que permitiria a dissimulação da origem de capital, pode estar sob análise das autoridades, dada a natureza dos crimes investigados, que incluem a lavagem de dinheiro.

O sócio da destilaria

O quadro societário da Destilaria Dom Marcos LTDA seria completado por Armando Palhares Silva Junior, que figura como Sócio, tendo ingressado na empresa na mesma data de sua fundação (17/10/2024). Informações públicas indicam que Armando Palhares Silva Junior também seria um Empresário Individual atuando no comércio de vestuário, um ramo de negócios que seria distinto da agroindústria, no entanto, o contrato de compra e venda do engenho teria sido assinado exclusivamente por Hilton Souto Maior Neto na qualidade de COMPRADOR.

A reportagem tentou, sem sucesso até o fechamento desta publicação, contato com a defesa de Hilton Souto Maior Neto, com a Destilaria Dom Marcos LTDA e com o sócio Armando Palhares Silva Junior, mantendo o espaço em aberto para eventuais manifestações, como manda o bom jornalismo.