“Ameaçado” pelo vice-presidente da Câmara, de pautar o projeto que garante anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) deixou claro que não vai ceder à pressão dos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Nesta terça-feira (5), em coletiva de um grupo da oposição, o vice-presidente da Casa, Altineu Côrtes (PL-RJ), afirmou que se Motta se ausentar do país pautará a anistia, que beneficiaria Bolsonaro também.
“Temos um Conselho de Ética que apura tudo o que pode, que tem conta qualquer parlamentar, qualquer partido, em qualquer linha ideológica. É dessa forma que a plenitude da Casa vai funcionar e irá seguir funcionando: respeitando o regimento, a nossa Constituição, e sempre procurando agir em favor do nosso país”, afirmou Hugo.
Ele está em João Pessoa, onde participa da entrega do novo Hospital da Mulher Dona Creuza Pires, obra do governo do estado e que conta também com recursos federais. A inauguração faz parte das festividades dos 440 anos da capital paraibana.
Sobre uma nova ameaça feita pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, que sugeriu sanções semelhantes às aplicadas pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes caso a anistia não saia do papel, Motta respondeu:
“Não tenho receio de qualquer colocação. Presidir a Câmara dos Deputados exige responsabilidade, há bônus e ônus. Sei do cargo que ocupo e seguirei agindo da maneira mais recomendável possível para que os interesses da população não fiquem em segundo plano”, disse.
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