Apesar de pagamentos mensais para serviços de comunicação, redes sociais e transparência, a Câmara Municipal de Marcação (PB) segue com portais institucionais desatualizados e com conteúdo defasado. A situação tem gerado questionamentos entre moradores e cidadãos atentos à transparência pública, uma vez que valores consideráveis vêm sendo pagos com recursos públicos para garantir exatamente o contrário: atualização e publicidade dos atos legislativos.
De acordo com informações oficiais de empenhos do mês de maio de 2025, a Câmara realizou pagamentos a pelo menos quatro prestadores de serviços voltados à comunicação institucional, somando mais de R$ 8.800,00 em um único mês.
Entre os contratos destacados no Portal da Transparência está o de R$ 1.800,00 com a empresa de Luan Fabricio Pereira de Oliveira, para administração das redes sociais da Câmara (Facebook e Instagram), com serviços que incluem planejamento, criação de layouts gráficos, produção de conteúdo, monitoramento, atendimento e impulsionamento digital.
Outro pagamento, de R$ 2.500,00, foi destinado a Igor Rocha dos Santos, contratado para manuseio de equipamentos de áudio e vídeo com transmissões ao vivo das sessões e produção de conteúdos informativos à população.
Ainda foram pagos R$ 1.500,00 a Josivanio Clemerson Ribeiro da Silva, por serviços de fotografia institucional, e R$ 3.000,00 a Erick Danilo Cunegundes de Oliveira, pela gestão de folha de pagamento e pela alimentação da seção de pessoal no Portal da Transparência.
No entanto, uma rápida consulta aos canais oficiais da Câmara, como o próprio site institucional e as redes sociais da Casa Legislativa, revela pouca ou nenhuma atualização recente. As postagens são antigas, o conteúdo informativo é escasso e não condiz com o volume de serviços contratados para esse fim. Além disso, transmissões de sessões ou comunicados públicos oficiais praticamente inexistem nas plataformas digitais nos últimos meses.
A situação levanta dúvidas não apenas quanto à efetividade dos serviços prestados, mas também em relação ao acompanhamento e fiscalização por parte da mesa diretora da Casa. Embora os contratos prevejam ações como impulsionamento digital e relacionamento com o público, a população segue sem acesso prático às atividades do Legislativo local em tempo real, conforme a promessa dos serviços empenhados.
Importante destacar que a reportagem não questiona a legalidade dos pagamentos, todos devidamente registrados, mas chama atenção para a falta de retorno prático de serviços cuja finalidade deveria ser garantir transparência, publicidade e acessibilidade das ações parlamentares.
Em tempos em que a comunicação institucional deve ser eficaz, contínua e transparente, a inércia digital da Câmara de Marcação contrasta com o investimento feito para manter exatamente esses canais em pleno funcionamento.





