Desde o início desta semana, quando foi registrada a primeira notificação de caso suspeito de intoxicação por metanol, o Brasil já contabiliza 59 comunicados de suspeita, segundo dados do Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), até a tarde dessa quinta-feira (2/10). O estado com mais registros é São Paulo, que investiga 42 ocorrências. Também há investigações em Pernambuco e no Distrito Federal.
Diante da gravidade do cenário, o Ministério da Saúde anunciou a compra emergencial de 150 mil ampolas de etanol farmacêutico para reforçar o tratamento das vítimas em estados e municípios. O ministro Alexandre Padilha informou ainda que a pasta acionará parceiros internacionais para aquisição de antídotos específicos contra intoxicação por metanol.
Casos confirmados e mortes
Das 59 notificações, 11 foram confirmadas em São Paulo, onde também foi registrada uma morte. Outras sete seguem em investigação: cinco em SP e duas em Pernambuco.
Confira os números oficiais:
- São Paulo: 42 casos suspeitos em investigação; 11 confirmados. Uma morte confirmada e cinco em investigação.
- Pernambuco: 5 casos suspeitos em investigação; 2 mortes em investigação.
- Distrito Federal: 1 caso suspeito em investigação.
Estabelecimentos interditados
Em São Paulo, seis estabelecimentos foram interditados por suspeita de comercializar bebidas adulteradas com metanol:
- Bar Ministrão (Jardins)
- Torres Bar (Mooca)
- Villa Jardim (São Bernardo do Campo)
- Beco do Espeto (Itaim Bibi)
- BBR Supermercado (Bela Vista)
- Distribuidora Bebilar Bebidas (Bela Vista)
Em Pernambuco, os primeiros casos foram registrados em Lajedo, João Alfredo e Olinda, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).
Já no Distrito Federal, o rapper Hungria, de 34 anos, foi internado com sintomas compatíveis de intoxicação após ingerir bebida alcoólica na casa de amigos em Vicente Pires. O artista permanece em recuperação, e a distribuidora Amsterdan, apontada como origem da bebida, foi interditada pela Polícia Civil e pela Vigilância Sanitária.
O risco do metanol
O metanol, também conhecido como álcool metílico, é um produto altamente tóxico, usado legalmente apenas em indústrias, como solvente e na produção de combustíveis, tintas e plásticos. Sua adição em bebidas alcoólicas, prática criminosa para baratear custos, pode causar graves danos ao organismo.
Entre os principais efeitos estão cegueira, falência de órgãos, danos ao sistema nervoso central e até a morte, mesmo em pequenas doses.
Estados em alerta
Diversos estados já reforçaram medidas contra falsificação e adulteração de bebidas alcoólicas:
- Goiás: criou força-tarefa integrada de Saúde e Segurança Pública.
- Paraná: avalia produção emergencial de etanol puro para uso médico.
- Santa Catarina: Procon intensificou fiscalização e emitiu orientações a consumidores.
- Rio de Janeiro: endureceu fiscalização em toda a cadeia produtiva das bebidas.
- Espírito Santo: Polícia Civil prendeu um homem por venda de bebida adulterada; não há casos suspeitos até agora.
Situação em Guarabira/PB
De acordo com informações que estão sendo apuradas por nossa equipe, há relatos não oficiais de que bebidas possivelmente adulteradas estariam sendo comercializadas em Guarabira, no Brejo paraibano. Algumas pessoas afirmaram ter apresentado sintomas semelhantes aos de intoxicação por metanol após consumir whisky em estabelecimentos locais.
Por questões éticas e de responsabilidade jornalística, o Portal NewsPB não divulgará nomes de bares e restaurantes citados nos relatos, já que até o momento não há confirmação oficial por parte da Vigilância Sanitária ou de autoridades competentes.
O caso segue em apuração, e nossa redação acompanhará de perto qualquer posicionamento oficial das autoridades de saúde e fiscalização.