Declarações de Vitor Hugo geram polêmica ao responsabilizar aliado por operação da Polícia Federal

Cidades Paraíba

As declarações do prefeito de Cabedelo, Vitor Hugo (Avante), durante a solenidade de entrega do Selo Unicef, em João Pessoa, geraram uma forte repercussão política e social. Na ocasião, o gestor responsabilizou o vereador Márcio Melo, também investigado na operação da Polícia Federal, por supostas ligações com o tráfico de drogas e nomeações controversas na administração municipal.

O prefeito justificou sua inocência ao afirmar que não tem ligação com o tráfico de drogas, alegando que foi ele quem denunciou as irregularidades. Vitor Hugo transferiu toda a responsabilidade para o vereador Márcio Melo, apontando-o como o responsável pelas indicações dos cargos em sua gestão e afirmando que o parlamentar teria sido “possivelmente eleito pelo tráfico” e casado com a esposa de um traficante.

“Os vereadores da base indicam, e é humanamente impossível conhecer todos os cinco mil funcionários. O prefeito assina as nomeações, mas os vereadores fazem as indicações,” disse Vitor Hugo.

Ele ressaltou ainda que exonerou as pessoas envolvidas assim que soube de possíveis ligações com o tráfico de drogas, mas destacou que essas pessoas não tinham antecedentes criminais no momento da nomeação.

As declarações de Vitor Hugo foram recebidas com críticas, tanto por adversários políticos quanto por analistas, que questionaram o uso de aliados como “bodes expiatórios” em uma crise que envolve sua própria gestão.

  1. Falta de controle sobre as nomeações
    Embora seja comum que parlamentares aliados façam indicações para cargos públicos, o prefeito detém a responsabilidade final pelas nomeações. O argumento de que “é impossível conhecer todos os funcionários” pode ser visto como uma falha no processo de governança, que deveria incluir critérios mais rigorosos para garantir a idoneidade dos indicados.
  2. Denúncias tardias
    O prefeito afirmou que exonerou as pessoas envolvidas assim que tomou conhecimento das denúncias. No entanto, críticos questionam por que essas exonerações ocorreram somente após a repercussão pública e a ação da Polícia Federal, sugerindo uma resposta reativa e não preventiva.
  3. Uso de aliados como escudo político
    Ao transferir a responsabilidade exclusivamente para o vereador Márcio Melo, Vitor Hugo levanta suspeitas sobre sua própria gestão. Adversários políticos consideraram a atitude como um ato “covarde”, ao usar um aliado como escudo para proteger sua imagem diante das investigações.
  4. Gestão marcada por crises
    Essa não é a primeira vez que a administração de Vitor Hugo enfrenta polêmicas. O episódio reforça críticas de que o prefeito não teria controle efetivo sobre as ações de sua gestão, o que pode comprometer a confiança da população e a estabilidade política na cidade.

O caso ganhou grande visibilidade, especialmente por envolver figuras públicas e acusações graves, como ligação com o tráfico de drogas. Adversários de Vitor Hugo apontaram suas declarações como uma tentativa de desviar o foco das investigações, enquanto aliados do vereador Márcio Melo ainda não se manifestaram publicamente.

A operação da Polícia Federal trouxe à tona a necessidade de maior transparência e critérios mais rígidos na administração pública, além de evidenciar as fragilidades políticas internas da base governista de Cabedelo.

Com as investigações em curso, espera-se que a Polícia Federal e o Ministério Público apresentem mais detalhes sobre o caso nos próximos dias. Enquanto isso, a gestão de Vitor Hugo e o futuro político de Cabedelo permanecem sob os holofotes, em um clima de tensão e incertezas.

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