Dois vereadores da cidade de Guarabira, brejo paraibano, estão no centro de uma possível controvérsia jurídica envolvendo a chamada infidelidade partidária. Trata-se de Alcides Camilo e Gerson do Gesso, ambos eleitos pelo Partido Liberal (PL) nas eleições de 2024, que recentemente romperam politicamente com a atual prefeita da cidade, Léa Toscano (União Brasil), e passaram a integrar o grupo de oposição.
A movimentação política dos parlamentares ocorre em um contexto delicado. Isso porque, em Guarabira, o diretório municipal do PL mantém aliança formal com a gestão da prefeita Léa Toscano. O presidente local da legenda é o vereador licenciado Wilsinho, que atualmente ocupa o cargo de Secretário de Esportes do município. Além disso, o suplente que assumiu a cadeira de Wilsinho na Câmara, o vereador Luize do PL, integra a base aliada da prefeita e tem atuado alinhado com as pautas do Executivo.
Diante disso, fontes ligadas ao meio jurídico e político avaliam que a mudança de posicionamento de Alcides Camilo e Gerson do Gesso pode abrir margem para questionamentos formais por eventual infidelidade partidária. Segundo a legislação eleitoral, especialmente após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que definiu que os mandatos eletivos proporcionais pertencem aos partidos, os parlamentares que se desligam da orientação política da legenda sob a qual foram eleitos podem, em tese, ter os mandatos contestados judicialmente.
A legislação prevê algumas exceções para a troca de partido sem perda de mandato, como em casos de grave discriminação pessoal, mudança substancial do programa partidário ou criação de uma nova legenda. Contudo, até o momento, não há informações públicas que indiquem que essas situações se aplicariam aos casos dos vereadores guarabirenses.
A reportagem do Portal NewsPB tentou contato com os vereadores citados, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.
Internamente, membros do próprio PL local estariam debatendo, nos bastidores, a possibilidade de acionar os mecanismos legais cabíveis. No entanto, nenhuma medida formal foi anunciada até o momento.
O caso segue em observação e pode ter desdobramentos relevantes no cenário político de Guarabira, sobretudo em ano eleitoral, com as articulações intensificadas para o pleito municipal.
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