Fábio Ramalho admite crise no PSDB e aguarda direção nacional: Não penso em sair, por enquanto

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O presidente estadual do PSDB na Paraíba, deputado licenciado Fábio Ramalho, reconheceu publicamente, nesta semana, o momento crítico vivido pelo partido tanto no estado quanto no cenário nacional. Em entrevista à Rádio Campina FM, o parlamentar afirmou que a permanência de lideranças tucanas dependerá de um posicionamento firme da executiva nacional.

Embora o deputado Tovar Correia Lima tenha sinalizado recentemente que considera deixar a sigla, Ramalho adota um discurso mais cauteloso. Ele diz que ainda não pretende deixar o partido, mas admite desconforto e incertezas diante do esvaziamento progressivo da legenda.

“Entendo claramente a fala do deputado Tovar. O PSDB teve, sim, um declínio nacional, inclusive em estados estratégicos como São Paulo e Minas Gerais, além da Paraíba. O que havia de mais certo era a fusão com o Podemos, que votamos a favor aqui no estado. Como a fusão não aconteceu, estamos esperando a diretriz da Nacional”, disse Ramalho.

O parlamentar revelou que já manteve conversas com o presidente nacional do PSDB, o ex-governador Marconi Perillo, e espera que uma definição sobre os rumos da legenda ocorra nos próximos meses. Até lá, segue ao lado do ex-deputado Pedro Cunha Lima na articulação política dentro da sigla.

“Não tenho nenhuma intenção de sair do partido neste momento. Estamos acompanhando tudo de perto, para que possamos ter uma diretriz mais clara”, completou.

Tovar já admite saída

O desconforto, no entanto, é cada vez mais evidente entre os filiados. Tovar, que construiu sua carreira política dentro do PSDB, já declarou que a debandada de membros da bancada na Assembleia Legislativa é uma possibilidade concreta.

“O PSDB está minguando. Se não se reencontrar urgentemente, vai desaparecer. Diante disso, é natural que eu e outros deputados considerem a migração para outra legenda. Não se trata de abandono, mas de realidade política”, disse Tovar recentemente.

Apesar das declarações contundentes, qualquer saída formal só deve ocorrer durante a janela partidária de 2026, ou mediante carta de anuência da legenda, para evitar sanções por infidelidade partidária. Desde a saída do Cidadania da federação com o PSDB e a ida de Pedro Cunha Lima para o PSD, o partido vem perdendo musculatura na Paraíba. Nacionalmente, a legenda também enfrenta dificuldades para manter sua relevância no Congresso e se adequar à cláusula de barreira, que será ainda mais exigente a partir de 2026.

Com um cenário indefinido à frente, os próximos meses serão decisivos para o reposicionamento da legenda no estado, que tenta evitar o esvaziamento completo.

Fonte: Fonte83

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