PEC em discussão no Congresso prevê redução da jornada semanal, enquanto ministro destaca impacto da longevidade.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou apoio ao fim da escala 6×1, mas defendeu que os brasileiros deverão trabalhar por mais tempo ao longo da vida.
“Nós vamos viver mais. E nós precisamos viver melhor”, disse, ressaltando que os avanços na medicina, na tecnologia e na qualidade de vida tendem a ampliar a expectativa de longevidade.
A Proposta de Emenda à Constituição em análise no Congresso prevê mudanças significativas. Entre os pontos centrais estão a extinção da escala de seis dias de trabalho por um de descanso e a redução da carga horária máxima, que passaria de 44 para 36 horas semanais, com limite de 8 horas por dia.
Para Haddad, será preciso buscar um modelo equilibrado. “Tudo me leva a crer que um equilíbrio entre essas coisas vai exigir que a gente trabalhe mais tempo ao longo da vida, mas menos dias por semana, para usufruir melhor da vida”, afirmou.
O ministro também destacou a importância de tornar a relação com o trabalho menos desgastante. “O trabalho não pode consumir as pessoas como consome hoje”, disse, lembrando que apresentou um Projeto de Lei no Congresso para ampliar a progressividade do Imposto de Renda.
“Até R$ 5 mil não paga Imposto de Renda, os 140 mil mais ricos que não pagam nada, vão passar a pagar 10%. Para algumas pessoas, isso vai significar um 14º salário.”
Na entrevista ao podcast 3 Irmãos, Haddad ainda avaliou a situação das contas públicas. Segundo ele, o país enfrenta um déficit fiscal crônico desde 2014, e não basta flexibilizar regras de gastos para resolver o problema. “Tudo depende da circunstância em que você está lidando”, afirmou.
Com R7