Ministra do STJ concede liminar e prefeito de São Mamede, preso por corrupção, voltará ao cargo

Politica

A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Daniela Teixeira, concedeu uma liminar ao prefeito de São Mamede, no Sertão paraibano, Umberto Jefferson de Morais Lima, o Dr. Jefferson, e o gestor voltará ao cargo após ser preso pela Polícia Federal, acusado de corrupção.

No dia 15 de agosto, o gestor foi alvo da Operação  “Festa no Terreiro 2” realizada pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB). Na ocasião ele foi preso e afastado do cargo.

O objetivo da operação foi combater esquema de direcionamento de licitações, desvios de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Na ocasião da prisão, a Polícia Federal esclareceu que também havia sido determinado o afastamento de dois servidores de seus cargos públicos e o sequestro de bens no valor equivalente a R$ 5.187.359,94. 

Os crimes investigados durante a operação são frustração do caráter competitivo de licitação, violação de sigilo em licitação, afastamento de licitante), fraude em licitação ou contrato, peculato, corrupção passiva e corrupção ativa, além de lavagem de dinheiro. 

Prefeito já foi alvo de mandados na primeira fase

Durante a primeira fase da ‘Festa no Terreiro’, em março deste ano, o prefeito de São Mamede já havia sido alvo da Polícia Federal. Como trouxe o ClickPB à época, as investigações da PF apontaram que o Dr. Jefferson, usaria o código “Festa no Terreiro” para se referir aos dias que ocorreriam licitações fajutas, realizadas pela administração municipal.

Gravações, realizadas pela PF e pelo Gaeco teriam captado a ação do gestor. Após ser alvo de mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal naquela época, Dr. Jefferson revelou surpresa com a ação e negou possíveis irregularidades em seu patrimônio. No apartamento do gestor a polícia teria tido acesso a computadores.

Ainda em março, em vídeo publicado horas após ser alvo da primeira fase da ‘festa no terreiro’, Jefferson se defendeu e relatou ter cooperado com a PF e que fez “questão de desbloquear” o telefone.

Quando começou a operação

No segundo semestre de 2021 a sexta fase da operação Reicidiva, intitulada de ‘Bleeder’ investigou uma série de esquemas de fraudes em licitações no estado. Meses depois, a Bleeder culminou com uma outra operação, a ‘Festa no Terreiro’, com foco em fraudes no sertão do estado. De acordo com a PF, o nome da operação se deu após investigações apontarem para o uso do termo por agentes públicos do município de São Mamede, entre eles o próprio prefeito, nos dias em que ocorriam licitações fajutas.

Durante a primeira fase da operação, em março de 2022, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, sendo dez no município de Patos e um em João Pessoa. 

Naquela época, foram encontrados mais de R$ 170 mil juntos a uma oração. De acordo com a Polícia Federal, o prejuízo aos cofres públicos é estimado em aproximadamente R$ 8 milhões.

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