A taxa de analfabetismo no Brasil registrou uma queda de 1,3% entre os anos de 2016 e 2023. O dado se refere a pessoas com idade acima dos 15 anos e faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (22/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a publicação, no ano passado, o País contava com cerca de 9,3 milhões de pessoas com 15 anos ou mais analfabetas, o equivalente a uma taxa de analfabetismo de 5,4%. Dessas, 54,7% (5,1 milhões de pessoas) viviam na Região Nordeste e 22,8% (2,1 milhões de pessoas) na Região Sudeste. Em relação a 2022, houve uma redução de 0,3 ponto percentual (p.p.) dessa taxa no País, o que corresponde a uma queda de pouco mais de 232 mil analfabetos em 2023.
O levantamento divulgado pelo IBGE revela ainda que o analfabetismo está diretamente associado à idade. Quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de pessoas que não sabem ler e nem escrever. Em 2023, eram 5,2 milhões de cidadãos com 60 anos ou mais nestas condições, o que equivale a uma taxa de analfabetismo de 15,4% para esse grupo etário.
Por outro lado, a pesquisa registra diferenças entre gêneros: a taxa de analfabetismo das mulheres de 15 anos ou mais, em 2023, foi de 5,2%, enquanto a dos homens foi de 5,7%. Em relação a 2022, a variação dessa taxa foi de 0,2 pontos percentuais para ambos. Para os mesmos grupos com idades mais elevadas, acima dos 60 anos, a taxa das mulheres foi superior à dos homens, alcançando 15,5% em 2023, embora a diferença tenha sido apenas de 0,1 p.p..
Análise por cor ou raça e regiões do País
O levantamento revelou também uma diferença mais acentuada entre pessoas brancas e pretas ou pardas. Em 2023, 3,2% das pessoas de 15 anos ou mais de cor branca eram analfabetas, percentual que sobe para 7,1% entre pessoas de cor preta ou parda. Entretanto, entre 2016 e o ano passado, a taxa de jovens negros ou pardos que não sabiam ler e nem escrever caiu 2 pontos percentuais.
Já no grupo etário de 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo das pessoas de cor branca alcançou 8,6% e, entre as pessoas pretas ou pardas, chegou a 22,7%, com queda de 8 pontos percentuais entre 2016 e 2023 para os idosos desse grupo.
A publicação também mostra a relação entre o analfabetismo e as desigualdades sociais quando analisa os resultados entre as regiões brasileiras. Em 2023, a taxa das pessoas com 60 anos ou mais da Região Nordeste alcançou 31,4% e a da Norte 22,0%. Por outro lado, as regiões Sudeste e Sul ficaram abaixo de 9% e a Centro-Oeste, 13,6%. Frente a 2022, destaca-se a queda de 1,5 ponto percentual na Região Norte.
Instrução
No que diz respeito ao nível de instrução, que é o indicador que capta o nível educacional alcançado por cada pessoa, a proporção de pessoas de 25 anos ou mais de idade que terminaram a educação básica obrigatória, ou seja, concluíram, no mínimo, o ensino médio, o dado manteve uma trajetória de crescimento e alcançou 54,5% em 2023. Com destaque para o percentual de pessoas com o ensino médio completo, que passou de 29,9% em 2022 para 30,6% em 2023.