The Economist diz que Brasil dá “lição de maturidade democrática” aos Estados Unidos com julgamento de Bolsonaro
Nesta quinta-feira (28), uma análise publicada pela revista britânica The Economist coloca o Brasil como exemplo de recuperação democrática após um período de populismo, utilizando o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como referência. Na capa, o veículo ilustra Bolsonaro com um chapéu de pele de animal, lembrando um dos invasores do Capitólio nos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Donald Trump tentaram impedir que o Congresso realizasse uma sessão conjunta para certificar a vitória do presidente eleito em 2020, Joe Biden.
Segundo a revista, o Brasil se tornou um “caso de teste de como os países se recuperam de uma febre populista”, contrastando com supostos retrocessos nos Estados Unidos sob o governo de Donald Trump.
A publicação compara os dois países, afirmando que “os EUA estão se tornando mais corruptos, protecionistas e autoritários, com Donald Trump mexendo com o Federal Reserve e ameaçando cidades controladas pelos democratas. Em contraste, mesmo com o governo Trump punindo o Brasil por processar Bolsonaro, o país está determinado a salvaguardar e fortalecer sua democracia” diz trecho.
A análise descreve Bolsonaro como um presidente polarizador, que perdeu a tentativa de reeleição, recusou o resultado e incitou seus apoiadores a ações contra a ordem democrática. O episódio culminou no ataque ao Congresso em 8 de janeiro de 2023. Atualmente, Bolsonaro enfrenta investigação criminal e deve ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2 de setembro.
“O Brasil oferece aos Estados Unidos uma lição de maturidade democrática”, destaca a manchete da reportagem, que ainda chama o ex-presidente de “Trump dos trópicos”.
A revista também cita o STF e relembra que, em 2024, a Corte proferiu 114 mil decisões. “Há amplo reconhecimento de que juízes não eleitos, com tanto poder, podem corroer a política, bem como salvá-la de golpes” diz outro trecho da publicação.
A reportagem conclui apontando que o julgamento de Bolsonaro e as eleições de 2026 podem moldar o futuro da democracia brasileira.
A publicação pode ser conferida na íntegra no link: https://www.economist.com/leaders/2025/08/28/brazil-offers-america-a-lesson-in-democratic-maturity
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