General Heleno se exalta e rebate relatora da CPMI com palavrões durante depoimento na CPMI do 8 de janeiro

Brasil

O general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na gestão de Jair Bolsonaro (PL), extrapolou e se exaltou durante depoimento à Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. Ele reagiu às provocações da relatora Eliziane Gama (PSD-MA) com palavrões.

“Eles iam lá pra tirar fotos…”, respondeu Heleno. Eliziane interrompeu: “E fazer vídeo golpista”. Heleno retrucou: “Isso é a senhora que tá dizendo!”. “Eu tenho aqui os vídeos”, devolveu a senador’. O general terminou o diálogo dizendo estar “p***” e exclamou um segundo palavrão contra a relatora da CPMI. “Ela fala as coisas que ela acha que tá [sic] na minha cabeça. Porra. É pra ficar p***. P*** que par**!”.

O ex-auxiliar de Jair Bolsonaro compareceu à CPMI munido de uma decisão favorável do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o permitia ficar em silêncio, mas decidiu fazer um discurso inicial e responder todas as perguntas da relatora. Depois, alternou entre o silêncio e repostas ao ser questionado por outros integrantes da CPMI.

Em sua fala inicial, Heleno disse nunca ter tratado sobre política no GSI e que não teria condições de dar explicações sobre os atos de 8 de janeiro. “Jamais me vali de reuniões ou palestras ou conversas para tratar de assuntos eleitorais ou políticos partidários com meus subordinados no GSI. Não havia clima para isso, e eu era o único ser político do GSI, era eu mesmo”, afirmou o general.

Heleno disse ainda não ter relação com qualquer um dos eventos investigados pela CPI, a partir da data das eleições do segundo turno de 2022. “Em relação aos atos ocorridos no Brasil do dia 30 de outubro de 2022, data do segundo turno das eleições presidenciais, o GSI não tinha nenhuma missão além da proteção do presidente e do vice-presidente da República e de suas respectivas residências e não foi acionado para qualquer missão extraordinária”, ressaltou.

Sobre os ataques de bolsonaristas à sede da Polícia Federal, na noite de 12 de novembro, ele afirmou que soube pela televisão, “sentado na minha casa”. Citou ainda a tentativa de bomba nos arredores do aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro, e disse que não teve qualquer participação.

Além de Heleno, há outros militares na mira da CPI. O depoimento do ex-ministro da Defesa Braga Netto está previsto para semana que vem. Sem data marcada, também estão na mira o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército; Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército; e Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais do governo Bolsonaro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *