PF indicia Bolsonaro e mais 36 pessoas no inquérito do golpe de Estado

Brasil Policial

A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira, 21, o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 aliados no inquérito que apura a tentativa do golpe de Estado após a derrota nas urnas em 2022. Para a corporação, foram praticados os crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. As penas máximas desses crimes, juntas, somam 28 anos.

Além de Bolsonaro, estão entre os indiciados (veja a lista completa abaixo) Valdemar Costa Neto, o presidente do PL, Filipe Martins, ex-assessor da presidência, Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa do ex-presidente, e Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens. Também estão na lista Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Alexandre Ramagem, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Agora caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar ou não os indiciados ao Supremo Tribunal Federal (STF). Caso a Corte aceite a denúncia, eles se tornam réus e serão julgados.

Veja a seguir a lista completa dos indiciados:

1. AILTON GONÇALVES MORAES BARROS                 
2. ALEXANDRE CASTILHO BITENCOURT DA SILVA       
3. ALEXANDRE RODRIGUES RAMAGEM                     
4. ALMIR GARNIER SANTOS                                       
5. AMAURI FERES SAAD                                               
6. ANDERSON GUSTAVO TORRES                               
7. ANDERSON LIMA DE MOURA                               
8. ANGELO MARTINS DENICOLI                               
9. AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA                 
10. BERNARDO ROMÃO CORREA NETTO                 
11. CARLOS CESAR MORETZSOHN ROCHA             
12. CARLOS GIOVANI DELEVATI PASINI                     
13. CLEVERSON NEY MAGALHÃES                           
14. ESTEVAM CALS THEOPHILO GASPAR DE OLIVEIRA
15. FABRÍCIO MOREIRA DE BASTOS                         
16. FILIPE GARCIA MARTINS                                     
17. FERNANDO CERIMEDO                                       
18. GIANCARLO GOMES RODRIGUES                       
19. GUILHERME MARQUES DE ALMEIDA                 
20. HÉLIO FERREIRA LIMA                                         
21. JAIR MESSIAS BOLSONARO                               
22. JOSÉ EDUARDO DE OLIVEIRA E SILVA                 
23. LAERCIO VERGILIO                                             
24. MARCELO BORMEVET                                         
25. MARCELO COSTA CÂMARA                                 
26. MARIO FERNANDES                                             
27. MAURO CESAR BARBOSA CID                                             
28. NILTON DINIZ RODRIGUES                                 
29. PAULO RENATO DE OLIVEIRA FIGUEIREDO FILHO
30. PAULO SÉRGIO NOGUEIRA DE OLIVEIRA           
31. RAFAEL MARTINS DE OLIVEIRA                           
32. RONALD FERREIRA DE ARAUJO JUNIOR             
33. SERGIO RICARDO CAVALIERE DE MEDEIROS         
34. TÉRCIO ARNAUD TOMAZ                                   
35. VALDEMAR COSTA NETO                                   
36. WALTER SOUZA BRAGA NETTO                           
37. WLADIMIR MATOS SOARES

Em nota, a PF disse que as provas foram obtidas por meio de diversas diligências realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, delação premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas. O inquérito aponta que os indiciados atuavam em seis frentes: de desinformação e ataques ao sistema eleitoral; núcleo responsável por incitar militares a aderir ao golpe de Estado; núcleo jurídico; núcleo operacional de apoio às ações golpistas; núcleo de inteligência paralela; e núcleo operacional para cumprimento de medidas coercitivas.

O indiciamento ocorre dois dias após a operação da Polícia Federal que prendeu quatro militares e um agente por planejar matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. O plano, batizado de Punhal Verde e Amarelo, tinha como objetivo um golpe de Estado, visando anular as eleições de 2022 e manter Bolsonaro no poder.

Segundo as investigações, uma das reuniões para discutir o plano teria acontecido na casa de Braga Netto, com a presença de Mauro Cid — ambos estão na lista de indiciados. De acordo com a PF, os investigados também planejavam instituir um gabinete de crise para restabelecer a “legalidade e estabilidade institucional” após os homicídios e o golpe de Estado. O órgão seria comandado por Braga Netto e pelo general Heleno, com a participação de Filipe Martins.

Além do inquérito sobre o golpe de Estado, Bolsonaro já foi indiciado nas investigações sobre as joias sauditas e fraude no cartão de vacinação contra a covid-19.

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