O vereador novato Guga Moov tem chamado atenção na Câmara Municipal de João Pessoa, mas não necessariamente de forma positiva. Em sua mais recente proposta, ele sugeriu medidas extremamente rigorosas para os médicos que atuam nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital paraibana. Entre as exigências está a obrigação de bater ponto a cada duas horas e a proibição do uso de celulares durante os plantões.
A proposta foi amplamente criticada por profissionais da saúde e pela própria Secretaria de Saúde do município. O secretário de Saúde de João Pessoa, Luís Ferreira, classificou a iniciativa como “totalmente descabida”. Segundo ele, fiscalizar e buscar soluções para melhorar o atendimento à população é essencial, mas querer impor regras exageradas pode ser interpretado como uma tentativa de “colocar cabresto nos médicos”.
Um dos pontos mais criticados da proposta é a exigência de que os profissionais batam ponto de duas em duas horas. Considerando a dinâmica de uma UPA, onde médicos podem estar envolvidos em atendimentos de emergência, a medida parece inviável e pode comprometer a assistência aos pacientes. Além disso, a proibição do uso de celulares desconsidera a importância dos dispositivos para consulta de prontuários, comunicação com equipes de apoio e até mesmo referências médicas online.
Diante desse contexto, surgem questionamentos sobre o histórico de Guga Moov em cargos anteriores. Quando ocupou um posto de alto escalão na Fundação Cultural de João Pessoa (FUNJOPE), ele seguia as mesmas exigências que agora quer impor aos médicos? Ele batia ponto quando saía para gravar programas pessoais? Essas são perguntas que precisam ser respondidas.
Além disso, Guga Moov foi eleito principalmente por sua atuação na área cultural. No entanto, até agora, não apresentou nenhuma proposta significativa em prol dos artistas e da cultura local. Seu mandato, que deveria estar focado na valorização do setor que o elegeu, parece estar direcionado a pautas polêmicas sem embasamento técnico adequado.
A fiscalização dos serviços de saúde é fundamental, mas precisa ser feita com critério e responsabilidade. Impor medidas impraticáveis e desconsiderar a realidade dos profissionais pode ser apenas um movimento político para ganhar visibilidade, sem contribuir efetivamente para a melhoria do serviço público. Resta agora acompanhar os desdobramentos dessa polêmica e ver se o vereador irá reconsiderar sua proposta ou seguirá insistindo em uma ideia amplamente rejeitada pela sociedade.